A rosácea aparece como área avermelhada, com pápulas e pústulas que se manifestam no rosto e podem comprometer os olhos e o nariz. A doença possui quatro tipos: eritemato telangiectásica (a mais comum), pápula pustular, fimatosa e ocular.
No primeiro caso a pele fica muito vermelha e repleta de vasos (telangectasias – vasos) muito evidentes, principalmente na região centro facial. O avermelhamento pode ser agravado por vários fatores, entre eles: o álcool, sol, estresse, exercícios físicos e calor. Quem possui a rosácea, tem a sensação de estar com a pele pinicando ou queimando. Neste caso, a pessoa afetada é sensível a qualquer creme.
Na rosácea pápula pustulosa é caracterizada pelo avermelhamento e pelo aparecimento de lesões pápulo-pustulosas em surtos. Nesse tipo, a rosácea lembra a acne – tanto que por muito tempo foi chamada de acne rosácea. O tipo pápula pustular é bastante comum em homens, com períodos de piora e melhora alternados.
O tipo menos frequente é a rosácea fimatosa que causa uma inflamação na pele, tornando-a mais espessa e vermelha. O terceiro tipo de rosácea (fimatosa) é caracterizado pelo aumento e infiltração de áreas como as glândulas sebáceas do nariz e é comum em homens com mais de 40 anos. Com o tempo, o nariz pode até dobrar de tamanho. Queixo, rosto, olhos e ouvidos podem ser comprometidos.
A rosácea ocular atinge a região dos olhos. Cerca de 20% dos casos são descobertos em visita a um oftalmologista. O indicativo da doença é uma inflamação (chamada de blefarite) com avermelhamento e descamação na área dos cílios. Este tipo é o mais grave de todos, podendo evoluir para a perda da visão.
Dos pacientes com a doença podem ter lesões em outros locais. É um tipo que tem tratamento difícil.
A causa da rosácea é desconhecida, mas estudos apontam para uma combinação de fatores hereditários e ambientais. Uma série de fatores pode desencadear ou agravar a rosácea, aumentando o fluxo de sangue para a superfície de sua pele. Alguns destes fatores incluem:
- Alimentos quentes ou bebidas;
- Alimentos picantes;
- Álcool;
- Temperaturas extremas;
- Exposição ao sol;
- Estresse, raiva ou vergonha;
- Exercício físico extenuante;
- Banhos quentes ou saunas;
- Uso de corticosteroides;
- Uso de medicamentos que dilatam os vasos sanguíneos, incluindo alguns medicamentos para pressão arterial.
O tratamento das doenças crônicas, que não têm origem conhecida, são um desafio para o dermatologista. No caso da rosácea, o tratamento do tipo mais comum é feito com produtos tópicos, como metronidazol 0,75%, ácido azelaico 0,75%, peróxido de benzoila e retinoides tópicos. O objetivo principal do tratamento é diminuir a inflamação do paciente, usando as substâncias citadas cerca de 1 a 2 vezes por dia.
Outra alternativa é a utilização de oximetozolina e da brimonidina. Ambos diminuem e controlam o flushing (vermelhidão). É bom lembrar que eles não curam a rosácea, mas diminuem o avermelhamento. Os inibidores da calcineurina também melhoram a inflamação.
Para a rosácea pápula pustulosa ocular e fimatosa é necessário utilizar o antibiótico do grupo das ciclinas: a tetraciclina e a miniciclina. Eles são utilizados até o controle clínico da doença e, com o tempo, a dose do remédio vai baixando aos poucos.
Já a isotretinoína pode ser utilizada nos quatro tipos de rosácea. O tratamento dura em torno de 3 a 4 meses. Em todas essas situações, pode haver associação dos medicamentos com o laser.
A correção cirúrgica da rosácea é indicada nos casos de fimatosa – o quarto tipo. E, para tratar a rosácea ocular, muitas vezes é necessária abordagem específica, como o uso de colírios locais (com antibióticos) e também imunossupressores, como a ciclosporina.
Também é importante o uso do laser ou da luz pulsada para vasos. A luz do laser atinge os vasos, promove sua destruição e clareia a região.
Dra. Aline Simão Jorge Roewer
Dermatologista - CRM/MT 5568 RQE 3032
- Residência Medica no Hospital do Servidor Publico Estadual de São Paulo;
- Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela Faculdade DE Medicina do ABC – São Paulo;
- Pós-graduação em Tricologia pela Universidade de São Paulo/SP;
- Título de Especialista em Dermatologia;
- Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.